
Uma das manias de Emmit Ray é convidar as mulheres para ir ver trems, ou então para ir ao lixão atirar nos ratos. Para elas as duas coisas são igualmente esquisitas, para ele não há diversão melhor. Nosso velho amigo Woody Allen mais uma vez nos presenteia com um grande filme, engraçado, curioso, e com uma trilha sonora excelente, particularmente neste, que trata do segundo melhor violonista do mundo, depois de Django Reinhardt. Sean Penn interpreta bem ao estilo Woody Allen de fazer cinema o misterioso músico que teve breve sucesso durante a década de trinta e depois sumiu do mapa deixando para trás apenas uma meia-dúzia de gravações, mas suficientes para colocar seu nome na história do jazz. Sua vida, cercada de lendas, algumas bem difícies de acreditar, é contada e discutida nesse filme belamente dirigido e musicado, vale o ingresso.
2 comments:
O personagem retratado no filme existiu? Não é ficcional? Por mim, até o Django é ficcional, como também o Bix. Mitos do jazz de uma época cada vez mais supervalorizada, descobertas musicais muito aquém daquelas já descobertas por gente como Debussy, Ravel e Satie. Jazz, final das contas, é só um refresco de blues envolto por uma pátina de sofisticação herdada dos rudimentos daqueles acima citadas e outros mais antigos, com umas pitadas das velhas e melosas canções populares, do gênero que compõe os musicais da Broadway. Quando o sujeito que inventar um solo, vai extrapolando em escalas, escalas mais escalas... Quantos temas, efetivamente, criaram os músicos de jazz? Tirando uns poucos solistas como McCoy Tuner ou big bands como a de Duke Ellington, pouco mais há. Sobra pretensão e um barulhinho bom para embalar as festas dos pequenos-burgueses sub-sofisticados e igualmente sub-intelectualizados, mas que acham que são sofisticadérimos e intelectualizadérimos. Pouca invenção, muita masturbação (e olha que para se masturbar é preciso, de fato, ser muito inventivo!)
É McCoy Tyner.
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