Você,
reflete o criador, você não é um de meus filhos
Você,
diz o mudo, você não chegará até ele
O
fogo se alastra na solidão e o caminho é traçado
O
peregrino arrepia-se.
Você,
diz o surdo, você terá que chegar aqui
Você,
reflete o criador, você terá de descobrir o segredo
O
trovão se faz no silêncio e os passos prosseguem firmes
A
cripta estremece.
Eu
compreendo, reflete o peregrino, compreendo seu caminho
Eu
vejo, diz o cego, vejo sua chegada
O
raio se agita na escuridão e a jornada finda
A
cripta estremece.
Eu
sinto, diz o morto, sinto sua presença
Eu
compreendo, reflete o peregrino, compreendo meu destino
O
tudo se manifesta no nada e o portal é aberto
A
cripta estremece.
A
luz
Eu
entendo, reflete o criador, entendo sua busca
Eu
sinto, diz o morto, sinto seu vazio
O
nada se manifesta como o tudo e um destino é cumprido
A
luz esvaece.
Eu
vejo, diz o cego, vejo nossa destruição
Eu
entendo, reflete o criador, entendo seu desafio
A
escuridão se agita como o raio e o embate tem início
A
luz esvaece.
Você,
reflete o peregrino, você está por trás da criação
Você,
diz o surdo, você revela nosso segredo
O
silêncio se faz como o trovão e uma máscara é quebrada
A
luz esvaece.
Você,
diz o surdo, você será destruído
Você,
reflete o peregrino, você terá que me enfrentar
A
solidão se alastra como o fogo e uma presença se cria
O
peregrino arrepia-se.
O
peregrino
Você,
reflete o criador, você não terá o que busca
Você,
diz o mudo, você irá me libertar
A
solidão e o fogo se alastram e os dados rolam
O
criador arrepia-se.
Você,
diz o surdo, você irá me conhecer
Você,
reflete o criador, você não pode alcançar o infinito
O
silêncio e o trovão se fazem e algo se perde
A
cripta estremece.
Eu
compreendo, reflete o peregrino, compreendo seu temor
Eu
vejo, diz o cego, vejo o brilho em seus olhos
A
escuridão e o raio se agitam e o tempo cessa
A
cripta estremece.
Eu
sinto, diz o morto, sinto a fissura se expandir
Eu
compreendo, reflete o peregrino, compreendo o seu erro
O
nada e o tudo se manifestam e a tapeçaria cede
A
cripta estremece.
O
criador
Eu
entendo, reflete o criador, entendo seu poder
Eu
sinto, diz o morto, sinto o começo
O
tudo e o nada se manifestam e o universo se separa
A
luz esvaece.
Eu
vejo, diz o cego, vejo o negro de seus olhos
Eu
entendo, reflete o criador, entendo sua ira
O
raio e a escuridão se agitam e a realidade se esquece
A
luz esvaece.
Você,
reflete o peregrino, você chegou ao infinito
Você,
diz o surdo, você findou o caminho
O
trovão e o silêncio se fazem e a existência se extingue
A
luz esvaece.
Você,
diz o mudo, você apagou as pegadas
Você,
reflete o peregrino, você chegou a mim
O
fogo e a solidão se alastram e a essência se apaga
O
criador arrepia-se.
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